O
Poder da Esperança
Efetivamente, creio que este foi o dia mais
desagradável da minha vida. Eram sete horas da manhã, o sol quebrava barreiras
e brilhantemente refletia-se em redor da localidade onde me encontrava de
férias. Tudo estava alegre. A imensidão de calor ali concentrada, em conjunto
com a variedade de aves e árvores, colocavam a minha memória em rotação. Estava
tudo tão calmo...A serenidade que invadia aquela linda zona era completamente o
contraste daquilo que ocorria no meu interior. No exterior encontrava um dia
magnifico enquanto no meu interior a escuridão era bastante. Ao abandonar esta
localidade, pelo caminho predominava em mim o desespero e tudo isto iria piorar.
O ponteiro do relógio de pulso marcava oito horas e cinquenta minutos, tinha
mais dois minutos para admirar os rostos dos meus pais. O marasmo acentuou-se!
A hora de embarque chegou e com ela, o marasmo acentou-se.
Agora
observo a branquidão das nuvens e ao mesmo tempo a escuridão que gira em torno
da minha pessoa. Por mais que tente focar os meus olhos verdes na esperança de
que tudo isto apenas seja um pesadelo, a turbulência afirma o contrário,
obrigando-me a esticar os braços, com o intuito de salientar o quão
urgentemente eu tenho de me movimentar para aniquilar esta poeira flutuante que
dominou por completo a minha alma nestas oito horas de viagem. Porém,
atentamente, oiço a Portela a acolher-me partilhando uma das suas pistas de
aterragem. Saio do avião. Observo o azul cristalizado. Concluo que são apenas
oito horas que me separam daqueles seres maravilhosos. Resta
saber quantos serão os anos de tristeza por não podermos conviver, nem
partilhar um sorriso.
Edgar
Jesus
9.º
A
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