terça-feira, 18 de março de 2014

Os nossos Escritores! | O Poder da Esperança

O Poder da Esperança

    Efetivamente, creio que este foi o dia mais desagradável da minha vida. Eram sete horas da manhã, o sol quebrava barreiras e brilhantemente refletia-se em redor da localidade onde me encontrava de férias. Tudo estava alegre. A imensidão de calor ali concentrada, em conjunto com a variedade de aves e árvores, colocavam a minha memória em rotação. Estava tudo tão calmo...A serenidade que invadia aquela linda zona era completamente o contraste daquilo que ocorria no meu interior. No exterior encontrava um dia magnifico enquanto no meu interior a escuridão era bastante. Ao abandonar esta localidade, pelo caminho predominava em mim o desespero e tudo isto iria piorar. O ponteiro do relógio de pulso marcava oito horas e cinquenta minutos, tinha mais dois minutos para admirar os rostos dos meus pais. O marasmo acentuou-se! A hora de embarque chegou e com ela, o marasmo acentou-se.

Agora observo a branquidão das nuvens e ao mesmo tempo a escuridão que gira em torno da minha pessoa. Por mais que tente focar os meus olhos verdes na esperança de que tudo isto apenas seja um pesadelo, a turbulência afirma o contrário, obrigando-me a esticar os braços, com o intuito de salientar o quão urgentemente eu tenho de me movimentar para aniquilar esta poeira flutuante que dominou por completo a minha alma nestas oito horas de viagem. Porém, atentamente, oiço a Portela a acolher-me partilhando uma das suas pistas de aterragem. Saio do avião. Observo o azul cristalizado. Concluo que são apenas oito horas que me separam daqueles seres maravilhosos. Resta saber quantos serão os anos de tristeza por não podermos conviver, nem partilhar um sorriso.

Edgar Jesus

9.º A

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